Quais
são os limites? Sabemos as fronteiras entre o que é pecado e o que não é
pecado, como registrado nas Escrituras. Por exemplo, matar é um pecado, e não
há a menor dúvida nisso, bem como com outros pecados declarados no texto
sagrado. Porém, o mais difícil é determinar, na prática do dia-a-dia, o que vem
a ser um pecado.
Será
que quando falto a um culto da igreja isto é um pecado e infidelidade? Ou
deixar de ler a Bíblia um dia se quer, também, é uma forma de pecar, visto que
somos orientados a lê-la todos os dias? E com relação à oferta missionária,
deixar de dar torna-se um erro diante do Senhor, visto que nem no Novo
Testamento, nem no Antigo se trata deste assunto de modo tão específico? Sem
querer entrar nos detalhes de cada uma destas questões, percebemos, mesmo de
modo superficial, que precisamos estabelecer estes limites. Mas, no desenvolver
desta reflexão, surge outro problema: a pressão dos irmãos.
Normalmente,
acabamos determinando o limite entre o que é ou não é um pecado, não tão
explicitado pelas Escrituras, a partir da pressão exercida pelos irmãos da
igreja, o que muitas vezes não é um critério tão interessante, visto que,
podemos acabar fazendo certas coisas pelos irmãos e não por Deus. Por exemplo,
posso buscar não faltar nenhum culto na igreja para que os irmãos não venham a
reclamar de mim, e não porque desejo ser fiel ao Senhor que enviou Seu filho
para morrer em uma cruz pelos meus pecados! Passo a ler a Bíblia para que
quando o pastor, ou outro irmão, venha a me perguntar se a li, possa eu
responder orgulhosa e afirmativamente esta pergunta.
O
que fazer, então? Devo ter limites para tais pecados em minha vida, mas estes
não devem ser pautados, somente, pelas opiniões dos outros. Tais opiniões tem
seu lugar, mas não devem ser determinantes. Saiba que é mais fácil e
improdutivo ter tudo pronto na vida do que construir os próprios fundamentos
desta. O que quero dizer com isto? Desejo mostrar que o Senhor nos deu
liberdade tal, que cada cristão deve saber avaliar sua conduta de fidelidade a
Deus, respeitando seu irmão, de modo que esta liberdade só tem fim diante daquilo
que é claramente declarado como pecado nas Escrituras. Esta liberdade é
norteada pelo padrão de Cristo, como Paulo afirma aos gálatas: “meus filhos, por quem, de novo,
sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós” (Gl 4.19)
A
pessoa de Cristo deve ser formada em nós. O apóstolo sofria as metafóricas
“dores de parto”, suas perseguições, com a finalidade de que os cristãos da
Galácia fossem cada vez mais parecidos com Cristo. Devemos buscar fazer com que
em nossa vida o Senhor Jesus seja formado, de modo que vivamos como se fosse o
próprio Senhor através de nós. Imagine que alegria será quando alguém disser
que você possui traços do Mestre, como descrito no evangelho!
Paulo,
também, ensinou o mesmo aos Efésios: “até que todos cheguemos à unidade da
fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida
da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.13). Devemos ser homens
completos, ou seja, como foi Adão antes do pecado. Nosso padrão de medida é a
“estatura” completa de Cristo, e por “estatura” entenda “maturidade”.